quarta-feira, 15 de agosto de 2007

8

Pressa era realmente a perdição dentro do mar de necessidades que havia invadido o 13º andar de um edifício repleto de ruinas particulares. Mar revolto e intenso. Alto. Muito mais baixo do que alto, mas com dimensões exorbitantes. Levaram suas sargetas particulares, e afogaram-nas. Havia, ainda e muito mais, pobreza. Melhor ou não, agora eram pobrezas, uma pluralidade nem sempre considerada. Entendiam e entediavam-se com a mesma rapidez. Inspiravam-se com o sofrimento alheio, tornando-o meio caminho para a própria perdição, mesmo que isso não fizesse parte de nenhum projeto beneficente para o bem comum. Era inspiração de preenchimento do próprio vazio com mais vazio, eram especialistas!

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

7

Eram propostas e pensamentos completamente aliterados. Tinha-se a impressão de que eram secretos e, ao mesmo tempo, compartilhados. Policiavam e perdiam-se num mesmo embalo. Uma sombra e uma sobra clara de uma imagem escura. Inversão de papéis e dos donos deles. Ninguém era de ninguém, mas queriam ser. Talvez fosse o maior desejo dentre todos os outros. Abriam e esquecia de fechar as aspas a todo instante. Não queriam fazer parte de uma nova família, mas queriam que os outros ali fossem parte da sua. Era uma mistura de querer e não conformar. Desgosto e necessidade. Sabe-se lá o que era e eram. Sabe-se lá o que não queriam. Pausavam-se a todo e qualquer instante, mergulhavam-se na pressa das horas.